terça-feira, 10 de maio de 2011

E por falar em justiça...

E por falar em justiça,
Não acredito em “mais ou menos justo”.  São excludentes as duas condições.
Ultimamente, mais precisamente nas partidas de futebol brasileiro, tem-se utilizado recursos tecnológicos de alta precisão para servir de prova  no julgamento dos árbitros após o jogo. Muitos desses árbitros têm sido suspensos e sofrido punições de forma absolutamente absurdas e injustas. Os julgadores sentam-se confortavelmente em poltronas, em salas ricamente decoradas e climatizadas com recursos em HD(Alta Definição), slow motion, tomadas de imagens de vários ângulos, nas quais se identificam os detalhes no mais alto grau de fidelidade, entre outros recursos, e, entre um whisky e outro, tomam suas decisões  que podem variar entre suspensão e banimento de um árbitro por qualquer motivo considerado justificado.
Seria importante levantar a questão do direito de defesa dos árbitros. No campo a situação é completamente distinta da dos sábios julgadores. Lá o árbitro dispõe de segundos para decidir uma ação da qual ele tem direito de ver apenas uma única vez, sem repetição nem alta definição ou conforto. Injustiça sem medida, característica de julgamento unilateral sem direito de defesa ao réu.
Considero, e acho que assim deve ser considerado pela regra, que a palavra do árbitro é a palavra “final”, ele julga o momento na hora e o que for decidido será cumprido, “transitado em julgado” e ponto final. Os comentários ou julgamentos não podem ser retomados em outro fórum porque a partida tem um tempo definido por “lei” e após seu final não caberá recurso cujas provas não permitam o contraditório ou defesa. Os comentários posteriores devem se prestarão aos torcedores e a analistas que expõem livremente suas opiniões de modo emocional ou técnico.
Se a prática se mantém, então teremos que recomeçar partidas, cobrar faltas, pênaltis, expulsões de partidas acabadas, redistribuir títulos, troféus de campeonatos acabados, etc. etc.
Como sugestão, melhor seria que a arbitragem fosse feita pelos mesmos julgadores posicionados em salas igualmente climatizadas e rodeados de especialistas ex-árbitros, com dezenas de câmeras (CCTV) estrategicamente posicionadas e assim o “agente” em campo nunca cometeria erro..!!!
Essa prática constitui uma verdadeira maldade contra os árbitros de qualquer esporte.
Os representantes ou associações representativas dos profissisonais da arbitragem deveriam se posicionar em relação a esse procedimento no mínimo injusto.

Um comentário:

  1. Excelente o seu comentário meu caro Rico.
    A prática da arbitragem esportiva hoje é totalmente obsoleta e desvinculada da nossa realidade que dispõe e vastíssimo equipamento de grande sofisticação e ainda se usa a velha e obsoleta avaliação humana.
    Tudo deveria ser feito, não pelos jogadores sentados em poltronas confortáveis mas, por árbitros especializados, sentados no estádio ou onde ocorressse a disputa a exemplo do que já é feito na fórmula 1.
    Parabéns! Isso deve ser mais divulgado. Sugiro uma carta aos jornais. A visualização de um blog é muito precária, em especial quando ele não tem uma grande frequência de visitantes.
    Um abraço!

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