Outra vez mobilidade.
Enquanto houver um carro circulando nas ruas não uso
bicicleta.
Sobre esse
problema advindo do aumento contínuo da frota de biciclos em nossa cidade, fato
que traz um grande incremento no número de acidentes que por si já são
suficientes para nos preocuparmos com a matéria, quero compartilhar minha visão de
cidadão sobre a matéria.
Essa convivência entre biciclos e demais veículos é,
atualmente, uma insanidade autorizada, homologada pelos poderes públicos, cuja
lógica beira o absurdo. Nos dias atuais está em evidência o assunto da
mobilidade urbana. Mobilidade é a bola da vez!
No ano passado
(2012) estive visitando um parente na cidade de Brisbane, Austrália que conta
com uma população muito próxima da do Recife. Não carece dizer que por aqueles
lados existe também problema de mobilidade, no entanto a eficiência dos
transportes públicos reduz o problema ao mínimo, não há necessidade da
utilização de bicicletas nos padrões anunciados aqui no Brasil, não tem conotação de solução para a mobilidade. Então, onde
está a origem do problema na nossa cidade? Resposta: Transportes Públicos. Todos
sabem disso, inclusive os eleitos para cuidar do assunto.
Honestamente não
sei qual a lógica dos poderes públicos de permitir a circulação conjunta de
bicicletas e motos com os demais veículos numa mesma via. Não há como garantir
segurança para ciclistas ou motociclistas. Impõem-se o uso de equipamentos
individuais de segurança como capacetes, luvas, sapatos especiais, roupas
especiais, óculos e outros tantos itens que em verdade empresta a ilusão de
segurança ao usuário. Não estou me referindo ao respeito mútuo, mas devem ser
consideradas as inevitáveis eventualidades dos acidentes que certamente
acontecerão. E quando acontecerem, não importando a culpa, sempre será mais
danoso para o condutor mais vulnerável. São veículos que não admitem erros seja
culposo ou doloso. Nem ciclista/motociclista pode errar, nem motorista.
Qualquer deslize pode ser fatal. Não há equipamento de segurança suficiente
para protegê-los. Aliando-se a toda essa vulnerabilidade, está a falta de educação
e consciência mútuas que poderiam minimizar os efeitos, mas, insisto, não faz
sentido tal convivência num mesmo espaço.
Estão mais uma vez
tentando resolver um problema criando outro mais grave, querem debitar a
inaptidão dos transportes públicos tentando convencer o público a usar um meio
de transporte dentro de um “globo da morte” urbano. A origem do problema já é
conhecida por todos, no entanto insistimos no tema de mobilidade como se
estivéssemos vivendo em metrópole planejada e controlada dentro dos padrões de
razoabilidade e precipuamente desenvolvendo esforços visando o bem-estar dos
seus habitantes. Apesar de contarmos com mais de cem anos de fundação, estamos
ainda no “jardim da infância” em matéria de mobilidade com transportes em situação
precária, mal concebidos para o tráfego, não adaptados às características das
vias, somando-se a má conservação e falta de educação geral. Por fim lança-se
uma “cortina de fumaça” no problema e salvem-se quem puder. Se não cuidamos das
calçadas, sinalização, asfalto, arborização, urbanização, ocupação e uso do solo, logradouros
públicos, paradas, altura dos coletivos, leis de trânsito, policiamento,
proteção ao patrimônio público e fiscalização, como poderemos pensar em
mobilidade?