sexta-feira, 10 de maio de 2013

O que dizer da redução da idade penal


IDADE PENAL SOB OUTRA ÓTICA... IMPORTANTE E URGENTE!

POR QUE OS BANDIDOS INCLUEM MENORES NAS CENAS DOS CRIMES?

   Esse assunto de reduzir a idade penal parece estar sendo encaminhado sob a ótica da NÃO PREVENÇÃO.

   E por que digo isso? Porque se estabelecermos uma idade, seja qual for, para que um menor delinquente seja julgado e condenado em qualquer foro, ao contrário do que vemos hoje como intenção na redução da idade penal, iremos sim oferecer crianças cada vez mais jovens para integrar os bandos de criminosos.

   De maneira mais simples de entender, imaginemos que a idade agora fosse de 15, ou 14, ou 13, ou 12 anos, “n”, não importa, os grupos que exploram esse efetivo assediarão jovens com a idade (n-1) onde “n” seria a idade definida como limite para julgar e punir aquele jovem.

   Sugestão: “cada caso deverá ser julgado conforme a gravidade do ato, circunstâncias e discernimento do réu, etc. E, dessa forma criaríamos uma jurisprudência para julgar casos semelhantes, sem que a idade seja determinante, pois , como disse, estaremos entregando aos bandidos, crianças cada vez mais jovens para participarem de crimes”.

   Certamente o poder legislativo com seus membros muito capacitados, encontrará uma maneira de reduzir a exposição dos nossos jovens aos perigos do mundo do crime. E não se fixará apenas na forma de afastar as crianças dos criminosos pela redução da idade penal.

   Acredito que os criminosos incluem menores por diversos motivos, dentre eles está a idade penal, a impunidade, o fator humanitário e afetivo, (criança em cena é romântico e requer tratamento especial), pusilanimidade para assumir o crime, desvio de atenção para o ato perpetrado, entre outros.
   Por isso prego que essa discussão seja um pouco mais ampla e menos simplista.

Assim eu penso.

domingo, 3 de março de 2013

Cuscuz inesquecível


Bendito cuscuz, maldito cuscuz.

 

No nordeste, é um tipo de comida preparada principalmente à base de farinha de milho e faz parte da dieta de grande parte dos brasileiros. Há muitas variações de cuscuz como os preparados com cereais e trigo. Diz-se de origem africana, ou marroquina, talvez árabe ou síria ou outras tantas possíveis origens. O que importa é que a receita chegou ao Recife e, hoje é consumido tradicionalmente no café da manhã e no jantar. Existem inúmeras receitas que incluem sardinha, carnes, queijos, ovos, verduras, leite de coco, doce, salgado, mineiro, paulista, caipira, de coco com mandioca, molhado, seco, é um prato predestinado ao sucesso devido a sua compatibilidade culinária, vai bem com tudo.

  Antigamente pelas ruas do Recife viam-se frequentemente o famoso homem do cuscuz com seu tabuleiro de flandres e madeira  na cabeça, um apoio no ombro, um apito e muito fôlego para andar com o peso sobre uma rodilha na cabeça a soprar aquele apito de sonido único que à distância anunciava a sua chegada, aí então, toda a rua se preparava para saborear aquele cuscuz preparado em pequeninas formas redondas, e cozidos no vapor, regados ao leite de coco servidos em folhas de bananeira, aquele sim era uma terna delícia. Uma peculiaridade inesquecível era aquela forma convexa. As tardes não podiam terminar antes que o homem do cuscuz passasse na rua. Bons tempos aqueles.

Tudo isso permanece na nossa memória.

  Transcendeu, interferindo até hoje na engenharia, na nossa maneira criativa de remendar estradas, atingindo o inconsciente de engenheiros, mestres, encarregados, operários e ordenadores de despesas públicas.  A prática é de se fecharem os buracos deixando um excesso, uma protuberância, na esperança de que com o tempo e uso “aquele cuscuz” vai reduzindo de tamanho até que se transformará numa emenda perfeitamente plana, com uma suavidade de fazer, talvez, inveja a qualquer estrada japonesa ou suíça. É o estilo pernambucano de consertar buracos. Um primor de tecnologia, digno de quem ignora os mais de 88 impostos taxas e contribuições de melhoria que pagamos sem contar com  laudêmio, pedágio, aforamento e tarifas públicas cartoriais, flanelinhas , vigias noturnos.

  Infelizmente aquele vendedor desapareceu e nos deixou além de saudades, uma vibrante herança, impossível de esquecer.

  Hoje em dia, o substantivo comum virou nome próprio, nome de música, nome de bairro, nome de político, de banda brega, adjetivou-se. Para não fugir à regra ganhou sua mais perfeita representação como forma de defeito construtivo em rodovias. Em 100% das vias que cortam nossa cidade tem cuscuz, aliás, em matéria de estradas mal construídas nós somos mestres. É o que chamo de “buracos invertidos” ou mais propriamente “cuscuz do asfalto”. Esse tipo de cuscuz é o mais presente no nosso dia-a-dia, resultado das operações tapa-buracos realizados por "genios"  contratados com dinheiro público para ‘inverter’ os buracos das vias, ou seja, o que era côncavo após a aplicação do asfalto sempre fica convexo, uma nova modalidade de “cuscuz”, talvez para lembrar aos usuários que naquela rua passava o  homem do cuscuz. Aqueles que fazem dos nossos carros verdadeiros chocalhos tornando qualquer deslocamento um teste de paciência. Há cuscuz na cidade que podem ser elevados à categoria de cocada, finalmente uma lembrança do passado. O tabuleiro de hoje é um caminhão-usina de asfalto, e a nova receita é feita com brita e piche. Nossos carros não são mais carroças, mas nossas estradas seguem carroçáveis.

Saúde a todos.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O Recife não é velódromo


Outra vez mobilidade.
Enquanto houver um carro circulando nas ruas não uso bicicleta.

    Sobre esse problema advindo do aumento contínuo da frota de biciclos em nossa cidade, fato que traz um grande incremento no número de acidentes que por si já são suficientes para nos preocuparmos com a matéria, quero compartilhar minha visão de cidadão sobre a matéria.
    Essa convivência entre biciclos e demais veículos é, atualmente, uma insanidade autorizada, homologada pelos poderes públicos, cuja lógica beira o absurdo. Nos dias atuais está em evidência o assunto da mobilidade urbana. Mobilidade é a bola da vez!

    No ano passado (2012) estive visitando um parente na cidade de Brisbane, Austrália que conta com uma população muito próxima da do Recife. Não carece dizer que por aqueles lados existe também problema de mobilidade, no entanto a eficiência dos transportes públicos reduz o problema ao mínimo, não há necessidade da utilização de bicicletas nos padrões anunciados aqui no Brasil, não tem conotação de solução para a mobilidade. Então, onde está a origem do problema na nossa cidade? Resposta: Transportes Públicos. Todos sabem disso, inclusive os eleitos para cuidar do assunto.

    Honestamente não sei qual a lógica dos poderes públicos de permitir a circulação conjunta de bicicletas e motos com os demais veículos numa mesma via. Não há como garantir segurança para ciclistas ou motociclistas. Impõem-se o uso de equipamentos individuais de segurança como capacetes, luvas, sapatos especiais, roupas especiais, óculos e outros tantos itens que em verdade empresta a ilusão de segurança ao usuário. Não estou me referindo ao respeito mútuo, mas devem ser consideradas as inevitáveis eventualidades dos acidentes que certamente acontecerão. E quando acontecerem, não importando a culpa, sempre será mais danoso para o condutor mais vulnerável. São veículos que não admitem erros seja culposo ou doloso. Nem ciclista/motociclista pode errar, nem motorista. Qualquer deslize pode ser fatal. Não há equipamento de segurança suficiente para protegê-los. Aliando-se a toda essa vulnerabilidade, está a falta de educação e consciência mútuas que poderiam minimizar os efeitos, mas, insisto, não faz sentido tal convivência num mesmo espaço.

    Estão mais uma vez tentando resolver um problema criando outro mais grave, querem debitar a inaptidão dos transportes públicos tentando convencer o público a usar um meio de transporte dentro de um “globo da morte” urbano. A origem do problema já é conhecida por todos, no entanto insistimos no tema de mobilidade como se estivéssemos vivendo em metrópole planejada e controlada dentro dos padrões de razoabilidade e precipuamente desenvolvendo esforços visando o bem-estar dos seus habitantes. Apesar de contarmos com mais de cem anos de fundação, estamos ainda no “jardim da infância” em matéria de mobilidade com transportes em situação precária, mal concebidos para o tráfego, não adaptados às características das vias, somando-se a má conservação e falta de educação geral. Por fim lança-se uma “cortina de fumaça” no problema e salvem-se quem puder. Se não cuidamos das calçadas, sinalização, asfalto, arborização, urbanização, ocupação e uso do solo, logradouros públicos, paradas, altura dos coletivos, leis de trânsito, policiamento, proteção ao patrimônio público e fiscalização, como poderemos pensar em mobilidade?